Conheça as verdades e os mitos sobre a combinação de cigarro e café pela manhã


Consumir cigarro e café pela manhã todos os dias aumenta os danos à saúde. (Foto: EFE)


Para muitas pessoas é um ritual cotidiano. Elas afirmam que o cigarro e o café de manhã "têm sabor de glória". No entanto, os efeitos de consumir cafeína e nicotina no início do dia, são muito diferentes do que se acredita.

Em algumas pessoas a dependência à cafeína é tão forte que, ao consumi-la, elas não obtêm um benefício real com a primeira xícara de café, mas voltam a seus níveis básicos de alerta, segundo um estudo da Universidade de Bristol (UB) no Reino Unido.

"Parte da excitação prazerosa causada pela cafeína, consumida no começo da manhã, poderia provir do leve aumento da ansiedade que provoca", assinalou Peter Rogers, do departamento de psicologia experimental da UB.

Quem fuma imediatamente ao se levantar mostra níveis mais altos de nicotina em relação aos que esperam até o café da manhã para acender um cigarro, correndo assim mais risco de câncer de pulmão, segundo um estudo da Universidade de Penn State (EUA).

"Não sei começar o dia sem tomar uma xícara de café. Ela ‘recarrega minhas pilhas’ de manhã e seu aroma já começa a meestimular. Me aviva e levanta o ânimo. É a primeira coisa que faço, e não poderia passar sem tomá-la", diz Luis, um bancário de meia idade.

Ester, uma jovem profissional da publicidade que mantém um intenso ritmo de vida durante o dia todo, dorme com seu maço de cigarros na mesinha de cabeceira e acende um pouco depois de o despertador tocar. "O cigarro me inicia, o corpo pede. Preciso dele para começar a funcionar", afirma.

Para muitas pessoas, fumar e tomar café de manhã são atos quase reflexos, que consideram estimulantes e necessários. No entanto, as pesquisas nem sempre aprovam os supostos efeitos destas substâncias.

Ao contrário do que se acredita, o primeiro café realmente não nos aviva tanto como percebemos. A dependência à cafeína é tão forte que seus consumidores não obtêm um benefício real com a primeira xícara de café, segundo um estudo britânico.

Ao pesquisar 379 adultos com um consumo nulo/leve ou médio/alto de cafeína e quem não a tomou durante 16 horas, os pesquisadores da Universidade de Bristol comprovaram que os “viciados em café” desenvolvem uma tolerância aos efeitos estimulantes da cafeína, por isso que a substância só os devolve a seus níveis básicos de alerta, mas não os eleva.

A primeira xícara

"Embora os consumidores frequentes se sintam despertados ao ingerir a cafeína de manhã, essa sensação na realidade consiste em uma inversão dos efeitos fatigantes da abstinência aguda", segundo os psicólogos.

Então, o verdadeiro estímulo que os consumidores de café percebem, chegaria com a segunda xícara da manhã? Os pesquisadores ainda não o averiguaram, mas o que se sabe é que "parte da prazerosa excitação causada pela cafeína, poderia provir do leve aumento da ansiedade que provoca", assinalou Peter Rogers, do departamento de psicologia experimental de Bristol e diretor da pesquisa.

De acordo com outro trabalho, o cigarro pela manhã é o mais nocivo de todos os fumados durante o dia. As pessoas que costumam fumar imediatamente ao se levantar mostram níveis mais altos de nicotina que quem espera até o café da manhã para acender um cigarro, de acordo com um estudo de cientistas da Universidade de Penn State, nos Estados Unidos, que mediram os níveis de um subproduto nicotínico que reflete o risco de desenvolver um câncer pulmonar.

Por outro lado, as pessoas que costumam esperar para fumar meia hora depois de levantar mostram níveis mais baixos desta substância química denominada cotinina, independentemente do número de cigarros fumados.

"Quem fuma ao se levantar, uma conduta classificada como de alta dependência, deve usar estratégias mais intensivas que outros fumantes para deixar o hábito de forma sustentada ou permanente", assegurou o professor Joshua Muscat, que dirigiu o estudo.

Segundo os pesquisadores, o aumento do risco de câncer não se deve ao fato de consumir um cigarro na primeira meia hora do dia, mas sim porque este comportamento mostra que quem precisa fumar logo ao começar o dia apresenta uma forte dependência psicológica e física do tabaco e fuma mais cigarros. [Fonte: Yahoo]

Políticas antitabagismo no Brasil já salvaram mais de 400 mil vidas


As ações para o controle do tabagismo no Brasil já salvaram 420 mil vidas. E o aumento do preço do produto é responsável por cerca da metade da redução do número de fumantes no país, seja por diminuir a iniciação ou por estimular a cessação. As conclusões estão no artigo Os efeitos das políticas de controle do tabaco no Brasil, que os epidemiologistas Liz Almeida e André Szklo, da Divisão de Epidemiologia do INCA, e David Levy, do Departamento de Oncologia, da Universidade Georgetown (EUA) publicaram no dia 7 de novembro na versão online da Plos Medicine, uma das mais importantes revistas científicas da área. 

Utilizando um modelo de simulação, já testado por Levy em cerca de 30 países, foram obtidos números não só referentes ao período 1989-2010 (as ações de controle do tabagismo tiveram início no Brasil no final dos anos 1980), mas calculado também o que se pode esperar para as próximas quatro décadas. 

Umas das conclusões do levantamento dá conta de que, caso o Brasil não tivesse implementado nenhuma ação de controle do tabaco, a prevalência (percentual de fumantes) atual seria de 31% (ou aproximadamente um em cada três pessoas com 18 anos ou mais seria fumante). O modelo estimou que, em 2010, a proporção de fumantes no Brasil foi de  16,8%. . “Se tudo o que já foi feito até agora continuar sendo feito da mesma forma, até 2050 teremos conseguido evitar 7 milhões de mortes devido ao uso do tabaco. E se as ações atuais forem intensificadas, esse número pode chegar a 8,3 milhões”, revela André. 

Com as ações atuais já implementadas, a projeção é que cheguemos a 2050 com cerca de 10% de brasileiros, acima de 18 anos, fumantes. Já se as mesmas ações forem intensificadas, o índice poderá cair para aproximadamente 6%.  Exemplos de intensificação das ações são o aumento dos impostos sobre os cigarros, maior vigilância na restrição de acesso aos produtos do tabaco por crianças e adolescentes e expansão da oferta do tratamento do fumante na rede SUS. “Apesar de existir uma lei proibindo a venda de cigarro para menores, a pesquisa Vigescola (pesquisa de tabagismo em escolares) demonstrou que os jovens não têm dificuldades para comprar cigarros nas estabelecimentos comerciais. Se essa política for intensificada, a contribuição relativa na queda da prevalência pode aumentar de forma significativa”, diz Liz. 

Antes de ser utilizado, o simulador foi validado comparando-se os números reais apurados pela PETab (pesquisa especial de tabagismo em pessoas com 15 anos ou mais, de 2008) com os estimados pelo modelo  desenvolvido por Levy. “A prevalência de mulheres fumantes apurada pela PETab foi de 13,9% e a do modelo, 14%. Entre os homens, o percentual apurado pela PETab foi de 22,9% e o modelo estimou 22,6%. Isso demonstra que o modelo está sendo capaz de estimar valores muito próximos daqueles observados nas nossas pesquisas, esclarece André. 

O modelo levou em consideração as políticas de preço dos produtos do tabaco, ambientes livres de fumaça, campanhas na mídia, restrição da publicidade dos produtos,  prevalência de fumantes, uso de advertências nos produtos de tabaco, oferta de tratamento para o fumante e restrição de acesso de  crianças e adolescentes aos produtos.  Dentre as principais ações já implementadas, destacou-se o papel da política de preços dos produtos de tabaco na redução da prevalência estimada pelo modelo. 

Fonte: Agência de Notícias INCA 

Abandonar o cigarro até os 30 anos diminui o risco de mortalidade prematura em 97%, aponta estudo britânico

Estudo que envolveu mais de 1 milhão de mulheres no Reino Unido também revelou que há uma perda de 11 anos na expectativa de vida para fumantes na casa dos 70 e dos 80 anos

As mulheres que abandonam o cigarro antes dos 30 anos de idade tem o risco de morte prematura por doenças causadas pelo cigarro reduzido em 97%. Quanto mais tarde a mulher deixava de fumar, no entanto, menor é a taxa de reversão. Os resultados fazem parte de uma extensa pesquisa realizada por mais de uma década com 1,3 milhão de mulheres no Reino Unido, conhecida por Million Woman Study. Publicado no periódico médico The Lancet, o estudo coincide com o centenário de Richard Doll (1912-2005), um dos primeiros cientistas a identificar a ligação entre câncer de pulmão e o tabagismo.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The 21st century hazards of smoking and benefits of stopping: a prospective study of one million women in the UK

Onde foi divulgada: The Lancet

Quem fez: Kirstin Pirie, Richard Peto, Gillian K Reeves, Jane Green, Valerie Beral

Instituição: Million Woman Study

Dados de amostragem: 1,3 milhão de mulheres que tinham de 50 a 65 anos na época do início do acompanhamento

Resultado: Os resultados da pesquisa mostraram que mulheres que abandonam o cigarro até os 30 anos reduzem o risco de morte prematura em 97%. O estudo mostrou que 2/3 das mortes de mulheres fumantes foram ocasionados por doenças relacionadas ao tabaco.

Entre 1996 e 2001, o Million Woman Study, projeto colaborativo do Cancer Research UK e do Serviço de Saúde Nacional (NHS, na sigla em inglês), reuniu 1,3 milhão de mulheres que tinham entre 50 e 65 anos na época do ingresso no estudo. Inicialmente, 20% das mulheres fumavam, 28% tinham abandonado o cigarro e 52% não eram fumantes. Cada uma foi acompanhada por um período de 12 anos.

Quando um primeiro recenseamento foi realizado, três anos após o início da pesquisa, constatou-se que as fumantes tinham quase três vezes mais chances de morrer nos nove anos seguintes comparadas às não fumantes. Isso significa que dois terços de todas as mortes de mulheres fumantes na casa dos 50 aos 70 anos são ocasionados por males relacionados ao tabagismo, como câncer de pulmão, enfermidades pulmonares crônicas, doenças do coração ou derrame cerebral. Ao longo do levantamento, 66.000 participantes morreram. Nestes casos, o NHS informava os pesquisadores a causa da morte.

Apesar de o risco de morte estar relacionado com a quantidade de cigarros consumidos por cada pessoa, o MiIlion Woman Study mostrou que mesmo as mulheres que fumavam menos de 10 cigarros por dia tiveram uma mortalidade duas vezes mais alta em comparação com as não fumantes.

Efeitos reversivos – Outro resultado do estudo mostrou que há uma perda de 11 anos na expectativa de vida entre as mulheres fumantes na casa dos 70 e dos 80 anos.

Richard Peto, professor da Universidade de Oxford e co-autor da pesquisa, afirmou que as mulheres que abandonam o cigarro ganham, em média, 10 anos a mais de vida. Segundo Peto, o Million Woman Study permitiu que pela primeira vez fossem observados diretamente a relação do tabagismo prolongado com a mortalidade prematura de mulheres. Isso porque "tanto no Reino Unido quanto nos EUA as mulheres que nasceram na década de 40 formaram a primeira geração na qual muitas fumaram um número substancial de cigarros ao longo da vida adulta", disse.

Fonte : Veja Online

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